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O Fórum discutiu as demandas para o combate integrado da doença de Chagas, leishmaniose, hepatites virais e hanseníase.

Para as populações atingidas pelas doenças negligenciadas no Brasil, são múltiplos os desafios de acesso aos serviços de saúde e ao tratamento adequado. Além disso, a invisibilidade e o estigma se impõem como dificuldades para as famílias que buscam por condições dignas de conviver com as doenças. Vencer estas barreiras e fortalecer as ações são objetivos dos movimentos sociais de pacientes integrantes do Fórum de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas, que teve a segunda reunião neste domingo em Cuiabá.

O encontro foi realizado no primeiro dia do Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), no Hotel Paiaguás. Representantes dos movimentos de diversos estados trocaram experiências sobre as doenças e partilharam atividades no Brasil na luta pelos direitos dos pacientes. O objetivo foi pensar em demandas comuns para as diferentes doenças, como a necessidade de notificação compulsória de casos para melhor conhecimento dos problemas, comunicação colaborativa dos movimentos e alternativas de suporte econômico para as ações.

O trabalho em rede também busca sensibilizar os governos para um olhar voltado às populações negligenciadas e atingidas pelas doenças relacionadas à pobreza. Uma das discussões foi a favor de um projeto de lei para a instituição de uma semana nacional de conscientização sobre as doenças negligenciadas, espaço que permite maior mobilização pelas necessidades básicas dos pacientes. Os participantes fizeram abaixo-assinado por esta iniciativa durante a reunião, além de debater a articulação para criar datas alusivas a cada uma das doenças no Brasil.

 

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Também foi defendido que os movimentos tenham representação nos Conselhos municipais de saúde. Os participantes afirmaram ainda a importância de agir como um controle social das políticas públicas e de se unir em defesa do sistema público de saúde, principalmente no fortalecimento da atenção básica.

Durante o encontro, foi formado grupo de trabalho para elaboração de documento com as principais demandas discutidas na reunião e encaminhamentos a serem levados ao Ministério da Saúde. A Carta de Cuiabá foi lida durante a abertura do MedTrop 2017, em solenidade realizada no Centro de Convenções do Pantanal na noite deste domingo. A leitura foi de Moacir Zini, paciente de leishmaniose do estado de Mato Grosso. Com participação no Fórum, Moacir busca informações para constituir uma associação de pacientes com leishmaniose no município de São José.  

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A reunião do Fórum contou com representações da NHR Brasil, Drugs for Neglected Diseases Initiative (DNDi), Universidades Aliadas para o Acesso a Medicamentos Essenciais (UEAM) e Médicos Sem Fronteiras (MsF). Também estiveram presentes membros do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Associação Rio Chagas, Associação dos Portadores da Doença de Chagas (Recife), Associação dos Chagasários da Grande São Paulo (ACHAGRASP), Pastoral da Saúde de Mato Grosso, Associação dos Portadores da Doença de Chagas de Campinas e Região (ACCAMP), além de pacientes que estão em processo de articulação para novas organizações em Salvador e Campo Verde (Mato Grosso).

Primeiro encontro

A articulação teve a primeira reunião durante o MedTrop de 2016, no dia 21 de agosto, resultando na elaboração da Carta de Maceió. O documento evidenciou o papel prioritário do enfrentamento das doenças negligenciadas como desafios que já deveriam ter sido eliminados no Brasil. A carta também conclamou a sociedade à defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e à luta pela ampliação do orçamento para políticas públicas sociais.