NHR Brasil celebra sanção de pensão a filhos
separados de pais acometidos pela hanseníase

A convite do gabinete da Casa Civil, organização particpou do momento histórico em Brasília, reforçando apoio e colaboração com Governo Federal no enfrentamento da doença no país.

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A convite do gabinete da Casa Civil da Presidência da República, a NHR Brasil teve a honra de participar da cerimônia histórica da sanção da lei que estabelece pensão vitalícia para filhos separados de pais diagnosticados com hanseníase. O evento aconteceu no último dia 24 de novembro no Palácio do Planalto, com a presença significativa de diversas autoridades, organizações e movimentos sociais como o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), responsável por reivindicar que a lei fosse criada e sancionada.

O momento representou o início da reparação de uma decisão do Estado Brasileiro que remonta à década de 20 e perdurou por mais de 50 anos, reconhecendo o impacto devastador que a segregação causou nas vidas das pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares. Naquela época, pessoas acometidas pela doença eram isoladas em colônias, resultando em uma política pública ineficiente para conter a disseminação da doença a partir da separação de famílias inteiras, o que impôs ainda mais sofrimento a milhares de pessoas.

NHRBRasilLeiPensaoFilhos4“Nenhum dinheiro no mundo é capaz de compensar ou apagar as marcas que a segregação provocou na alma e no coração das pessoas portadoras de hanseníase e suas famílias. Mas estender aos filhos o direito à pensão especial é dar mais um passo importante para a reparação de uma dívida enorme que o Brasil tem com aqueles que durante anos foram privados dos cuidados e carinho de seus pais”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assinar a lei. Ele ainda defendeu campanhas educativas para que a sociedade identifique precocemente os primeiros sinais e sintomas da doença, assim como o enfrentamento ao preconceito.

Francilene Mesquita, dirigente regional do Morhan Piauí e conselheira da NHR Brasil, explica que a luta pela efetivação de uma lei reparadora acontece há pelo menos 13 anos, mas que a história da hanseníase no Brasil é muito mais antiga e carrega consigo décadas de dor e de injustiça.

“Hoje, estando curada da hanseníase sem ter sido obrigada a ficar longe das minhas filhas, ver o Governo Federal reconhecer e buscar reparar um crime de estado é saber que o nosso esforço coletivo valeu a pena. E poder viver esse momento ao lado de tantos companheiros que foram separados de seus pais e por tantas outras pessoas que não chegaram a ver isso acontecer é muito emocionante”, aponta Francilene. Ela destaca que, agora, o papel do movimento social é orientar os filhos separados a acessar esse direito.

Já o diretor executivo da NHR Brasil, Alexandre Menezes, ressalta a relevância da organização no combate à hanseníase no território nacional, destacando que a colaboração entre diversas entidades e órgãos de governo tem sido fundamental para promover avanços científicos, médicos e sociais para o enfrentamento da hanseníase, a exemplo da lei de reparação. Ele lembra que o foco das ações precisa ser voltado para uma sociedade mais inclusiva, informada e compassiva em relação à doença, às pessoas acometidas e suas histórias.

“A NHR Brasil atua há mais de 30 anos e hoje é uma das poucas organizações que permanecem forte e atuante no enfrentamento da hanseníase no país. Ter recebido o convite do gabinete da Casa Civil para este momento e estar ao lado do presidente da república é uma grande honra para nossa organização e representa o nosso apoio e colaboração efetiva com governo no enfrentamento dessa doença: tanto para as ações de quebra da cadeia de transmissão como para outras iniciativas que venham a apoiar as pessoas já afetadas pela hanseníase”, conclui Alexandre. 

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