Projeto da NHR Brasil finaliza ações
promovendo diálogo entre SUS e SUAS

Iniciativa "Inclusão Social e Enfrentamento ao Estigma" fomentou discussões sobre atenção primária na hanseníase, promovendo treinamentos e acolhendo pessoas acometidas 

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O projeto “Inclusão Social e Enfrentamento ao Estigma”, desenvolvido pela NHR Brasil e financiado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), juntamente com o Ministério da Saúde, chegou ao fim em março deste ano com resultados positivos. Inserido no eixo Zero Exclusão da organização, o projeto teve como objetivo o fortalecimento da vigilância de contatos e a inclusão de pessoas acometidas pela hanseníase em situação de vulnerabilidade.

Desenvolvida em parceria com estados e municípios de Belford Roxo (RJ), Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Paulista (PE) e Porto Velho (RO), a ação contou com atividades que envolveram gestores, profissionais da saúde e da assistência social das esferas municipais e estaduais, além das comunidades estudantis e de movimentos sociais

Para Paulista e Porto Velho, ao longo do projeto, foram realizados momentos formativos sobre ações básicas na hanseníase, integrando profissionais do SUS e SUAS, em especial aqueles atuantes na proteção social básica, aliado ao diálogo com gestores de diferentes esferas.

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As atividades compreenderam estratégias de mapeamento de casos de hanseníase entre 2018 e 2021, além de momentos de diálogos nos equipamentos de saúde e de assistência social e ações formativas sobre ações básicas na hanseníase para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

No eixo de acolhimento e enfrentamento ao estigma, a atividade “Café e Cuidado: uma mistura perfeita” foi apresentada como um momento para dispor um lugar seguro e confortável para pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares. Realizada em Paulista e Porto Velho, a ação motivou os participantes a compartilharem seus relatos sobre a estigmatização e as barreiras enfrentadas por eles.

Ainda na perspectiva do acolhimento e escuta, foram implementados Grupos de Autocuidado (GAC) nas cidades mencionadas. O processo contou com a participação de agentes comunitários de saúde, enfermeiros, médicos, técnicos de referência dos CRAS e a coordenação de hanseníase dos municípios, que foram treinados e instrumentalizados para coordenarem os grupos e darem continuidade ao projeto, considerado fundamental para a atenção primária às pessoas atingida pela doença.

No Rio de Janeiro, destacou-se a realização de atividades na região metropolitana, envolvendo capacitações para profissionais da saúde e mutirões de atendimento à população. Por lá, as ações foram coordenadas pela médica dermatologista e professora da UFRJ, Maria Leide W. de Oliveira, que menciona como aspecto importante do projeto o envolvimento de organizações como o Morhan na luta para a inserção da assistência a pessoas acometidas pela hanseníase na Atenção Primária.

“Nós convidamos a Paula Brandão, professora da UERJ e representante do Morhan, para participar da implementação do projeto em Itaguaí. Ela me informou que gostaria de desenvolver um projeto de extensão em parceria com a universidade para expandir a discussão sobre a hanseníase. Estão fazendo muita coisa lá”, adiciona Maria Leide, destacando o impacto da iniciativa e suas articulações para a continuidade de ações como essa no município.

Resultados

O projeto “Inclusão Social e Enfrentamento ao Estigma” promoveu maior visibilidade acerca da hanseníase nos territórios em que foi implementado ao estimular o diálogo sobre a doença em diversos espaços. Hellen Xavier, gestora de projetos da NHR Brasil e coordenadora da iniciativa nas frentes dos municípios de Paulista (PE) e Porto Velho (RO), destaca que o projeto contribuiu para suscitar articulações entre os serviços de saúde e assistência social, facilitando o atendimento a pessoas acometidas pela hanseníase, principalmente levando em consideração o contexto de vulnerabilidade em que muitas delas se encontram.

“A perspectiva é continuarmos com os diálogos e articulações nos municípios de Paulista e Porto Velho, a fim de intensificar esforços para enfrentamento da hanseníase nos territórios, sobretudo nessa perspectiva de integração entre SUS e SUAS”, acrescenta Hellen.

Maria Leide destaca a importância de expandir iniciativas semelhantes em outras regiões, alcançando comunidades que muitas vezes enfrentam maiores dificuldades de acesso aos serviços de saúde. “Em nosso encontro de avaliação nos municípios do Rio de Janeiro, houve um aceno positivo por parte da gestão para descentralizar as atividades, com a intenção de levar o projeto para todo o estado”.

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