Oficina de biojoias prepara artesãs para desfile em Rondônia

Iniciativa do projeto Reabilitação Socioeconômica da NHR Brasil segue proporcionando
acolhimento e novos aprendizados a mulheres acometidas por hanseníase

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Aprimorar habilidades no fazer artesanato e compartilhar vivências enquanto pessoas acometidas por hanseníase. Esses foram os objetivos da 2ª Oficina de Biojoias, promovida pela NHR Brasil em parceria com a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (AGEVISA) de Rondônia entre os dias 22 e 27 de maio. As integrantes do coletivo Art’s BioHans estiveram reunidas em Porto Velho, desenvolvendo novas técnicas para a produção de jóias artesanais, além de itens de decoração como colares de mesa e porta guardanapos. Feitos a partir de elementos sustentáveis da região amazônica, as produções serão expostas em um desfile no dia 7 de julho.

A iniciativa, que faz parte do projeto Reabilitação Socioeconômica da NHR Brasil, tem transformado a vida de dezenas de mulheres ao auxiliá-las no processo de tratamento e cura da hanseníase, além de estimular a autoestima, inclusão social e a autonomia financeira por meio da geração de renda.

Marize Ventin, gestora de projetos da organização social, enfatiza que o momento proporciona e incentiva o bem-estar mental das participantes ao promover reflexões sobre o autocuidado. Ela ressalta ainda que o desfile irá apresentar a “nova cara” do projeto, buscando implementar as tendências da produção do bio artesanato ao trazer peças diferentes das biojoias produzidas com a técnica aprendida na oficina. "Desta forma, o projeto possibilita que as artesãs sejam inseridas no mercado e se aprimorem nesse quesito a cada ano", destaca.

2OficinaBiojoiasNovas técnicas

Nesta edição, a oficina abordou técnicas que incluem a aplicação de madeiras e sementes em conjunto. Hadassah Oliveira, mestre artesã da NHR Brasil e instrutora da oficina, explica que tudo partiu do incentivo para que as participantes buscassem matérias-primas nas regiões onde vivem para serem adicionadas às peças, a fim de aprenderem a técnica da marchetaria.

Desta forma, as aprendizes puderam desenvolver as biojóias e os artigos de decoração com a habilidade que consiste em ornamentar uma superfície plana como a madeira junto a outros materiais, tais como sementes e rochas.

Como aponta Hadassah, a técnica da marchetaria envolve cuidados técnicos para certificar tanto a segurança e o conforto durante a confecção, como também garantir o resultado esperado em termos estéticos.

“Trabalhar a percepção da simetria com o grupo, por exemplo, requer muita atenção para qualidade e resultado. A diferença vem pela união de materiais para trazer formatos e aparências diferentes com mais refinamento e ‘glamour’ da biojóia”, adiciona a artesã.

Acolhimento

2OficinaBiojoias1010Para Nilzete Rezende da Silva, veterana do projeto, as oficinas não trazem somente aprendizados de novas técnicas de artesanato, mas também promove a troca de experiências entre as mulheres acometidas pela hanseníase. “É muito gratificante. A atividade permite que as mulheres transformem a dor e o preconceito em ensinamentos trocados de uma para a outra. É um espaço que só tem a acrescentar a todas nós”, ressalta a artesã.

Cleide Alves, que participa pela segunda vez da oficina, ficou instigada a aprender as novas técnicas apresentadas no evento. Ela tinha participado pela primeira vez em setembro de 2022, e o momento a ajudou a superar o sentimento de isolamento que vinha lhe impactando desde o seu diagnóstico de hanseníase.

“Ao participar do Art's BioHans, me sinto acolhida e validada. E agora estamos todas animadas pelo desfile. É ainda mais especial saber que nós, as próprias artesãs, seremos as modelos a desfilar com as biojoias que produzimos”, comemora Cleide.