Reunião Programa PEP 1

Além daqueles presentes no local, alguns participantes acompanharam o evento pela plataforma Google Meets

Com foco nos desafios e perspectivas do combate à hanseníase no município, a equipe do Programa PEP++ promoveu reunião com o Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza (CMSF). Realizado em janeiro deste ano, o evento abordou temas como a capacitação de profissionais de saúde, a prevenção e o tratamento da hanseníase.

A reunião foi realizada de forma semipresencial e contou com a contribuição de profissionais especializados no assunto. Os participantes do evento debateram o panorama epidemiológico da hanseníase em Fortaleza, com foco inicial na redução da taxa de detecção de novos casos da doença em 2020.

Para Francisca Gomes, enfermeira e técnica da vigilância epidemiológica na capital, essa redução é preocupante. Isso porque outros fatores, como a alta proporção de casos multibacilares e a presença da hanseníase em menores de 15 anos, apontam que ainda existe transmissão ativa da doença.

O diagnóstico tardio e o número de casos diagnosticados em pessoas com incapacidades já estabelecidas são outros indicadores preocupantes. Considerando essas variáveis, Francisca associa a queda na taxa de detecção ao contexto atípico de pandemia, que pode ter influenciado os dados.

Para garantir avanços reais no combate à doença, é necessário fortalecer a abordagem da hanseníase na formação dos profissionais de saúde. É o que afirma o fisioterapeuta Flávio Feitosa, membro do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 6ª Região (Crefito-6) e integrante da Rede Universitária Nacional de Combate à Hanseníase (Reuna-HANS).

Já Verônica Gurgel, enfermeira voluntária do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), aponta que há diversos desafios no controle da doença. Ela defende: “O Morhan deve estar ativo enquanto espaço de luta social, não apenas no âmbito saúde, mas em todos os segmentos da sociedade”.

Para Aymée Medeiros, coordenadora do Programa PEP++ no Brasil, é necessário integrar serviço, ensino e pesquisa para alcançar as metas de enfrentamento das doenças negligenciadas no país. Na reunião, Aymée apresentou o ensaio clínico do projeto e reafirmou que a busca ativa de casos, a vigilância de contatos e a mobilização social podem fazer a diferença no combate à hanseníase.

Ao fim do evento, foi estabelecida a emissão de uma carta de recomendação do CMSF para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento oferece apoio ao Programa PEP++ até 2024, ano em que a pesquisa chega ao fim. Em outras reuniões, a equipe do projeto também estabeleceu articulação com o Conselho Municipal de Saúde de Sobral (CMSS) e o Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau).