desenvolvimento inclusivo jaibaras

Reunião com equipe do Centro de Saúde da Família Leda Prado preparou as atividades para 2021

Um grupo de autocuidado para pessoas acometidas pela hanseníase é uma das ações planejadas pelo projeto Desenvolvimento Inclusivo para o distrito de Jaibaras, em Sobral. No dia 24 de novembro, a equipe do projeto se reuniu com os profissionais do Centro de Saúde da Família Leda Prado para conversar sobre os primeiros passos.

O encontro contou com agentes comunitários de saúde (ACS), enfermeiros e profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). A partir da reunião, a equipe buscará pessoas interessadas para iniciar o grupo em janeiro de 2021 com dez participantes, levando em consideração a necessidade de um distanciamento social durante a pandemia de Covid-19.

A equipe da unidade escutou relatos da fisioterapeuta Joyce Prado Linhares, que partilhou experiências por já ter coordenado um grupo durante seis anos. Dentre os benefícios da estratégia, Joyce pontuou que os grupos de autocuidado permitem espaço para que as pessoas aumentem a percepção sobre seus corpos, partilhem suas histórias e melhorem aspectos da saúde mental.

O grupo no Centro de Saúde da Família Leda Prado deve receber o apoio técnico e financeiro do projeto Desenvolvimento Inclusivo. Em levantamento conduzido na comunidade, o projeto identificou a presença de 64 pessoas que já foram acometidas pela doença no distrito de Jaibaras.

“A maioria destas pessoas ainda convive com sequelas. Por isso, ficamos felizes com esse espaço e acreditamos que Jaibaras será referência para os municípios vizinhos”, partilhou Jocilânio Neves, integrante da equipe de campo do projeto e coordenador do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) em Sobral.

O grupo de autocuidado é uma das atividades que buscam promover uma comunidade inclusiva para todos. Com o projeto Desenvolvimento Inclusivo, o objetivo é enfrentar barreiras sociais, culturais e físicas vivenciadas por pessoas com deficiências e pessoas acometidas pela hanseníase. Conforme pontuou Héllen Xavier, coordenadora de projetos da NHR Brasil, a convivência em um grupo de autocuidado permite também a discussão de direitos sociais e o enfrentamento do estigma.

A gerente da unidade básica, Kelly Vasconcelos, ressaltou a importância das articulações do projeto Desenvolvimento Inclusivo no distrito de Jaibaras. Ela ressalta alguns benefícios já alcançados, como a reativação do Conselho Local de Saúde e as capacitações oferecidas para os profissionais da unidade.

Para Kelly, os treinamentos com convidados externos sobre hanseníase mostraram um resultado concreto. Ela relata o diagnóstico de um novo caso depois que uma dentista da equipe suspeitou de um sinal da hanseníase no momento do atendimento. “Eu percebi que tivemos um olhar diferenciado para essas pessoas que eram negligenciadas. Essa profissional ficou atenta, prestou atenção no treinamento, e viu não apenas a saúde bucal daquela pessoa”, comenta.

Para o futuro, a gerente da unidade projeta mais benefícios com a criação do grupo de autocuidado. “Eu espero que as pessoas consigam melhorar a qualidade de vida e que a gente possa ter um acompanhamento mais próximo e avaliar os resultados mostrando a eficácia do grupo”, conclui.