divulgacao oficina pep2018

O projeto de ensaio clínico com medicação preventiva para contatos sociais de casos de hanseníase em Fortaleza e Sobral será apresentado e discutido durante a I Oficina sobre o Projeto PEP++. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de novembro no Centro Universitário Unichristus - Campus Parque Ecológico, com a participação de representantes das secretarias de saúde do Estado do Ceará e dos municípios envolvidos, além de representantes das universidades, conselhos de saúde, organizações não-governamentais e sociedade civil.  

 

O PEP++ é um estudo multicêntrico em implementação nos territórios endêmicos para hanseníase no Brasil, na Índia e na Indonésia. A pesquisa será voltada para pessoas que convivem diariamente ou residem nas proximidades de áreas com maiores registros da doença. O Brasil é o segundo país no mundo em número de novos casos, conforme registros da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016. Dados do Ministério da Saúde apontam o total de 26.875 casos diagnosticados em 2017.

 

A doença ainda é considerada um problema de saúde pública no País, pois a taxa de prevalência foi de 1,35 casos para cada 10 mil habitantes no mesmo ano. Pelos critérios da OMS, esta taxa deveria ser inferior a 1. O contexto epidemiológico da hanseníase no Ceará, em Fortaleza e em Sobral será apresentado na primeira manhã da oficina. 

 

A abordagem do projeto também será apresentada e debatida. O objetivo do PEP++ é promover a profilaxia pós-exposição com regime reforçado de medicamentos. O esquema de quimioprofilaxia será administrado para os contatos sociais de casos detectados nos últimos cinco anos. Desta forma, a iniciativa visa interromper a transmissão da hanseníase antes que a doença possa se manifestar nas pessoas mais próximas.

 

A oficina também contará com grupos de trabalho para a discussão dos aspectos centrais do projeto. Além da abordagem de quimioprofilaxia, a intervenção inclui estudo de percepção sobre o estigma nos territórios alcançados, ações de educação e comunicação. As discussões do evento servirão de base para a elaboração dos procedimentos operacionais padronizados para a pesquisa.  

 

Contatos sociais

A vigilância dos contatos é uma das medidas adotadas mundialmente para quebrar a cadeia de transmissão da doença. Isto porque o contágio se dá pelo contato próximo e prolongado com a pessoa infectada pelo bacilo Mycobacterium leprae e que não esteja em tratamento. As pessoas do convívio do caso de hanseníase estão mais propensas à infecção, pois a bactéria é transmitida pelas vias aéreas superiores, como em gotículas expelidas na tosse e no espirro. Em média, o período de incubação da hanseníase varia entre 2 e 7 anos.